Dia três, mês três, três anos depois- TEXTO V
Para começar, dê o play no vídeo:
A música é de extrema importância para você sentir a história.
Dia três, mês três, três anos depois
Três anos atrás, nesse mesmo dia eu terminava o namoro mais longo da minha história até então, três anos também. E justamente ontem reencontrei com o João no mercado, acho que ele está com a vida até boa, mas reclamou da nova família que tem, um cachorro, uma menina de 3 anos e a namorada, a Marcela que começou a faculdade de Arquitetura comigo. Ele disse que se arrependia por ter terminado comigo, eu não era ciumenta, respeitava os limites e segredos que ele queria guardar por um tempo. Ele descobriu que a filha não era dele, mas ainda assim a amava como se fosse, a namorada era extremamente espaçosa, não gostava de dividir nem um copo de água com ele, já eu adorava quando ele roubava a minha água só para fazer graça jogando em mim por aquele espacinho entre os dentes, ela era muito séria e mal brincava com a filha, sempre nervosa e estressada com tudo, enquanto que eu me divertia com a bagunça e neuras do trabalho. Ela não suporta quando ele coloca a cueca na cabeça e diz que é um novo estilo de Super Man, disse-me ainda que sentia saudades de quando começávamos a inventar novos modelos de Super heróis. “Ela simplesmente pira quando eu faço alguma brincadeira meio zoada”, ele adorava quando era eu quem fazia alguma zoeira, simplesmente adorávamos fazer pegadinhas um com o outro. “Eu era feliz e não sabia Anna” ele falou tentando consolar a ele mesmo ou a mim, eu não sei.
Fomos surpreendidos por um sorriso infantil que se aproximava com olhos escuros e cabelos loiros encaracolados, igual aos meus quando com a mesma idade, um contraste lindo para uma criança, atrás dela vinha uma jovem mulher com um sorriso forçado e algumas compras na mão.
-Por que você não está com ela no colo? Eu te pedi para fazer pelo menos isso já que nunca lembra de pegar tudo. Ah, Oi Anna! –Ela diz fingindo quase não notar minha presença enquanto profere mais palavras de repreensão.
-Oi Marcela, quanto tempo! -Falei meio sem esperar resposta, e muito menos um abraço do nada.
Para minha alegria Arthur chega bem a tempo, a garotinha pula nos braços do pai. Fiz as devidas apresentações, sem muitos detalhes, e dei a desculpa do nosso século “já estamos atrasados para alguma coisa”. Saí do carro ao chegar em casa com toda aquela mininovela passando na minha cabeça, fui direto para o banho sem falar nada e entre lágrimas e água do chuveiro agradeci à Deus por ainda estar viva dentro de mim, mas também me arrependi por ter aceitado as mentiras que vivi, por ainda insistir e sonhar com um final feliz.
“Essa é a vida de verdade Anna, vê se cresce, aceita isso e para de drama.”.
-Ane,
“Essa é a vida de verdade Anna, vê se cresce, aceita isso e para de drama.”.
-Ane,
Espero que tenham gostado da história.
XOXO
Anelle Siqueira
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